A importância da vacinação

Olá, amigos!

O nosso blog convidou para uma nova conversa, a Dra. Andréa Beltrão (CRM 5007/PA), médica infectologista do Hospital Guadalupe (Belém, Pará), que desta vez, fala sobre a importância das vacinas para a saúde humana e como as vacinas contra a Covid-19 vão nos ajudar a vencer a pandemia que enfrentamos atualmente.

Dra. Andréa, qual a importância das vacinas para a saúde humana?

Andréa Beltrão – Tomar vacinas é a melhor maneira de se proteger de uma variedade de doenças. A maioria delas protege contra doenças graves que podem matar, causar sequelas ou até mesmo um colapso na saúde do paciente. Com as vacinas, o organismo passa a produzir anticorpos e, com isso, ele vai ficar protegido. E quem nunca se vacinou contra uma determinada doença, corre o risco de adquiri-la, caso venha a entrar em contato com o agente infeccioso.

Com a pandemia da Covid-19, a importância das vacinas foi novamente reafirmada em todo o mundo. Como elas podem ajudar a superar de vez essa pandemia que enfrentamos hoje?

Andréa Beltrão – As vacinas contra a Covid-19 já mostram que em vários países onde a vacinação está bastante adiantada, houve uma redução importante do número de novos casos e mortes. Inicialmente, a vacinação protege de forma individual e, posteriormente, leva a uma imunidade coletiva, quando ultrapassa uma margem de vacinados de, pelo menos, 70% da população.

Por que é tão importante se vacinar contra a Covid-19?

Andréa Beltrão – É importante vacinar contra a Covid-19 porque ela é uma patologia altamente transmissível, com risco grande de infectar uma população de forma rápida, levando ao aumento das internações hospitalares, sendo que, pelo menos, 5% delas, são internações em leitos de UTI. Observamos que embora alguns fatores de risco sejam mais prevalentes, faixas etárias mais jovens, mesmo sem comorbidades tão evidentes, ainda assim podem ser acometidas pelo Covid-19 de forma grave.

Quem esquece ou desiste de tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19 pode estar se expondo a quais riscos?

Andréa Beltrão – Quase todas as vacinas precisam de uma segunda dose. Quem não a recebeu, corre o risco de não formar os anticorpos necessários contra o novo coronavírus e as formas mais graves da doença.

As vacinas contra Covid-19 hoje ministradas em todo o mundo evitam que adoeçamos ou apenas evitam que desenvolvamos um quadro mais grave e até mesmo mortal da doença?

Andréa Beltrão – Nenhuma vacina tem eficácia de 100%, já que depende da resposta do organismo de cada pessoa, porém, é certo que ocorre uma boa atenuação da gravidade dos casos de infecção pela Covid-19.

Então, mesmo já vacinado, ainda é possível pegar Covid-19?

Andréa Beltrão – É possível sim pegar a Covid-19, mesmo depois de se vacinar! Pois essas vacinas foram liberadas antes do surgimento das novas variantes.

Por que hoje, não faz sentido nenhum escolher qual vacina tomar contra a Covid-19? O mais importante não é estar vacinado?

Andréa Beltrão – Nesse momento de pandemia, a proteção coletiva é mais importante do que a individual, ou seja, é importante reduzir a taxa de transmissão do vírus. Todas as vacinas foram liberadas por serem eficazes.

Muitas pessoas questionam a eficácia das vacinas em razão de seus efeitos colaterais, esse tipo de questionamento/preocupação faz algum sentido? É normal que vacinas tenham um ou outro efeito colateral?

Andréa Beltrão – Cada vacina tem uma forma de cultivo do vírus. Vacinas com o vírus inativado, como é o caso da Coronavac, têm menos efeitos colaterais, pois o vírus está morto, é a proteína do vírus que leva à formação dos anticorpos. Outras vacinas liberadas no Brasil são fabricadas com vetor viral não replicante, que utiliza um “vírus vivo”, como um adenovírus (que causa o resfriado comum), mas que não tem capacidade de se replicar no organismo humano, porém, mesmo assim, ainda pode causar alguns efeitos adversos mais fortes devido a presença desse adenovírus.

Muitas pessoas se preocupam com a porcentagem de eficácia de cada vacina, como isso funciona? No final das contas, isso faz alguma diferença?

Andréa Beltrão – Existe realmente uma diferença na eficácia de cada vacina. A Coronavac, por exemplo, tem uma eficácia muito menor que as outras vacinas liberadas no Brasil, porém, tem um risco muito baixo de causar reações mais fortes.

Existe algum problema em se tomar a vacina contra a Covid-19 próximo da aplicação de outra vacina, como a vacina contra o H1N1 e tétano?

Andréa Beltrão – As vacinas devem ser aplicadas respeitando um intervalo de, pelo menos, 14 dias entre uma e outra dose, para não confundir as possíveis reações adversas causadas por cada vacina.

Por exemplo, quem for se vacinar contra a Covid-19, mas já estiver com a doença, mesmo que assintomático, corre algum risco?

Andréa Beltrão – Não corre nenhum risco.

Você acredita que em breve, após o controle da pandemia, a vacinação contra a Covid-19 terá de ser anual, assim como é a vacinação da gripe? Por quê?

Andréa Beltrão – Sim, é bem provável que seja anual, por causa do surgimento das novas variantes da Covid-19.

A Dr. Amigo recomenda, continue com a sua prevenção de rotina, usando sempre máscaras ao sair de casa, lave sempre as mãos, usando álcool em gel, respeitando o distanciamento social e, acima de tudo, se vacinando! Quando chegar a sua vez, vá se vacinar e não esqueça de tomar também a segunda dose!

Vacinas salvam vidas!

Só assim vamos superar essa pandemia! Cuidando da sua saúde, você também cuida da saúde da sua família, amigos e vizinhos!

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Olá amigo, posso ajudar?