ENTREVISTA – DRA VANESSA SANCHES (CRP 06/68.088)
Esta semana, convidamos para uma nova conversa a psicóloga e neuropsicóloga, Vanessa Sanches (CRP 06/68.088) que, desta vez, fala com a gente sobre a influência que a poluição sonora tem sobre a qualidade de vida das pessoas e os efeitos físicos e psicológicos que ela pode exercer sobre nós, como a falta de concentração, irritação, estresse, problemas com o sono, entre outros.
A poluição sonora é hoje um grande problema para todos, seja em nossas casas, vizinhanças, em nossas rotinas diárias de trabalho e até mesmo em momentos de lazer. Como a poluição sonora pode afetar o nosso bem-estar?
Vanessa Sanches – A poluição sonora gera mal-estar e baixa qualidade de vida na pessoa, podendo gerar dificuldades e problemas em algumas áreas, entre elas:
Área Física – Com aumento da pressão sanguínea/frequência cardíaca ou da respiração, mau funcionamento gastrointestinal, alterações das funções endócrinas/hormonais, aumento das pupilas, tensão muscular, hipertrofia glandular, baixa imunidade, maior predisposição para doenças, anomalias no funcionamento sexual ou reprodutivo, obesidade, dores nas costas ou pescoço e artrite.
Área Psicológica – Transtornos depressivos ou ansiosos; transtorno bipolar; transtorno de déficit de atenção/hiperatividade; problemas nas funções cerebrais, como baixa capacidade de memória, principalmente a memória de longo prazo; baixa concentração em processos de vigilância e detecção; na comunicação oral, dificuldades para executar ou para entender ordens verbais e até mesmo, para emitir alertas de perigo (o que pode causar sérios acidentes); dificuldades na compreensão de leituras e transtornos comportamentais, como a fadiga excessiva, redução da perseverança, mudanças em comportamentos sociais, aumento da irritabilidade, baixa tolerância à frustrações, aumento de hostilidade e apatia.
Barulhos altos ou em excesso podem desencadear processos ou gatilhos de estresse? Como é isso?
Vanessa Sanches – Sim, ruídos são considerados estressores inespecíficos biológicos, que podem provocar no organismo, respostas motoras, perceptivas, cognitivas, comportamentais e físicas por meio do sistema nervoso autônomo.
Estar constantemente exposto a este tipo de “influência” pode afetar nossa saúde física e psicológica de que maneiras a longo e médio prazos? Quais são os principais efeitos negativos?
Vanessa Sanches – A poluição sonora pode causar algumas dificuldades, entre elas: perda auditiva, perda de memória, alterações no sono, irritação, depressão, zumbidos, agressividade, taquicardia, redução da libido, perda de desempenho cognitivo, dentre outras doenças.
A perturbação e ruptura de nosso ciclo de descanso/sono pode causar que efeitos em nossa vida?
Vanessa Sanches – Podem causar a diminuição do funcionamento diário da pessoa, aumento da probabilidade de desenvolver distúrbios psiquiátricos ou déficits cognitivos, surgimento ou agravamento de problemas de saúde, riscos de acidentes de trânsito, absenteísmo no trabalho ou estudos, aumento de estresse, aumento do consumo de estimulantes, sonolência ou fadiga excessiva.
Como reduzir os efeitos negativos da poluição sonora sobre o nosso psicológico, seja na rua, em casa ou no trabalho?
Vanessa Sanches – Existem algumas dicas que podemos seguir, como: se possível, evite ambientes ruidosos; se em sua casa ou ambiente de trabalho, invista em isolamento acústico dos ambientes; evite ligar vários aparelhos eletrônicos ao mesmo tempo; use equipamentos de segurança; utilize de técnicas de respiração, meditação ou ioga para que seu corpo e mente aprendam a neutralizar os efeitos nocivos da poluição sonora; ouça sons em volumes toleráveis e confortáveis para você.
Hoje nós vivemos uma vida de “superestímulos” contínuos, como é isso? A poluição sonora se enquadra nisso?
Vanessa Sanches – Com certeza! Estamos o tempo todo rodeados de algum tipo de poluição sonora, seja no trânsito, em casa, no trabalho, gerando causas físicas, psicológicas ou comportamentais.
Como podemos nos desligar disso e viver de forma mais tranquila?
Vanessa Sanches – Acredito que, dentro do possível, devemos adaptar nosso ambiente externo, a fim de ficar longe de estímulos nocivos e, também, buscar nos conectar com o nosso “eu”, desse modo, nos preparando para as dificuldades que muitas vezes venhamos a enfrentar em nossas vidas.
E com relação ao sono, em cada fase da vida temos condições e realidades diferentes de sono. Como a poluição sonora pode influenciar isso, nas mais diferentes fases da vida, seja na infância, vida jovem, adulta e na velhice?
Vanessa Sanches – Os hormônios mais importantes para a qualidade de nosso sono são: o cortisol (que está associado ao nosso estado de alerta e de prontidão) e a melatonina (que está associada ao nosso estado de repouso e relaxamento). Com a exposição à poluição sonora frequente, seja em qualquer fase de vida, a pessoa vai acumulando inúmeras dificuldades e até comprometendo sua imunidade, seu humor, a memória e processos de aprendizagem.
Com isso em mente, o que devemos priorizar? Que atitude podemos tomar?
Vanessa Sanches – Temos que nos esforçar para encontrar o equilíbrio entre nossos afazeres, tentar priorizar à atenção ao nosso organismo e aos nossos ritmos para preservar a saúde física e mental. Independente da exposição à poluição sonora, buscando estratégias para nos preparar para as dificuldades e caso não consigamos sozinhos, busquemos auxílio de profissionais capacitados.
Algumas das pessoas que mais sofrem com a poluição sonora são as crianças e os autistas, como, de forma geral, podemos ajudá-los a ter um dia a dia mais confortável, tranquilo e saudável?
Vanessa Sanches – Podemos traçar algumas estratégias reais para mudanças de comportamento: evitar deixar aparelhos eletrônicos ligados (TV), quando estiver realizando outra atividade; ter horários ou dia na semana sem o uso de eletrônicos; os adultos podem tentar baixar o tom de voz ao falar com as crianças ou baixar os ruídos do ambiente; tente promover o silêncio em alguns momentos, principalmente para a preparação do dormir, buscando equilíbrio e para ensiná-los e prepará-los para o convívio inter ou intrapessoal.
Que recado ou conselho você tem para quem está enfrentando problemas ou dificuldades que foram causadas ou influenciadas pela poluição sonora?
Vanessa Sanches – Quando possível, busque readaptar seu ambiente externo, evite excessos de estímulos, busque iniciar, desenvolver e terminar uma atividade ou afazer por vez em sua vida, antes de iniciar novos desafios, busque um tempo para si, faça um exercício ou um treino interno e, caso não consiga, procure ajuda, seja médica, psicológica ou, até mesmo, pense em um processo de mudança da situação que está ocasionando todas essas dificuldades.
A Dr. Amigo sempre lembra que a nossa saúde mental é tão importante para o nosso bem-estar, quanto qualquer outro aspecto de nossa saúde. Devemos nos cuidar sempre!
E caso vocês tenham maiores dúvidas e perguntas sobre o assunto, queiram conhecer um pouco mais sobre o trabalho da Dra. Vanessa Sanches ou estejam em busca de acompanhamento psicológico, mesmo que de forma on-line, podem entrar em contato com ela em suas redes sociais ou pelo WhatsApp de seu consultório.
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Um grande abraço e até mais!