BLOG DR. AMIGO – ENTREVISTA DRA. ANDRÉA BELTRÃO CRM 5007/PA – MONKEYPOX.

Este ano, o mundo foi surpreendido pelo surgimento da Monkeypox, doença também conhecida como Varíola do Macaco. Uma nova doença, que acendeu o sinal de alerta para uma possível nova pandemia. Até o momento, o estado do Pará já confirmou mais de 20 casos.

Sobre esta nova doença, nós conversamos com Andréa Beltrão, médica infectologista do Hospital Guadalupe (Belém/PA), que tirou dúvidas e esclareceu o que, na verdade, é esta doença e quais os riscos que ela oferece para a saúde humana.

Dra. Andréa, o que é a doença Monkeypox que ficou comumente conhecida como Varíola do macaco?

Andréa Beltrão – A Monkeypox, popularmente conhecida como Varíola do macaco, é uma zoonose viral, causada pelo Monkeypox vírus do gênero Orthopoxvirus e família Poxvirida, pertencente à mesma família do vírus que causava a varíola – uma doença que foi extinta na década de 1980.

Muitos especialistas afirmam que não se deve usar o termo “varíola do macaco”, por quê?

Andréa Beltrão – Apesar de levar o nome de “varíola dos macacos”, a transmissão da doença não está relacionada aos macacos. O nome vem da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958.

Ainda existe muita desinformação sobre a doença, alguns especialistas dizem que, em comparação com a Covid-19, ela pode ser mais branda e até mesmo inofensiva, outros afirmam que ela é igualmente perigosa e que necessita de cuidados especiais. Qual orientação que a sra. dá para as pessoas? O que é verdade e o que é mito envolvendo esta doença?

Andréa Beltrão – A varíola do macaco não é grave, é mais branda que a Covid-19, porém, pode ser grave nos pacientes com fatores de risco: idade <8 anos, gestantes e imunodeprimidos.

Como essa doença atua no corpo humano? Quais são seus principais sintomas? O que causa a doença?

Andréa Beltrão – O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas da doença (período de incubação) é de 3 a 16 dias. O quadro se manifesta com erupções cutâneas ou lesões de pele, adenomegalia (inchaço das glândulas do sistema imunológico), febre, dor no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza. As erupções na pele geralmente começam dentro de um a três dias após o início da febre. O número de lesões em uma pessoa pode variar de algumas a milhares de lesões e as erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma da mão e plantas dos pés, mas pode ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.

Ela pode matar? Sob quais condições a doença podem ser mortal?

Andréa Beltrão – A doença costuma ser mais grave em crianças (idade <8 anos), gestantes e imunodeprimidos, podendo inclusive, ser fatal.

Como ela pode ser transmitida?

Andréa Beltrão – A transmissão da doença para humanos pode ocorrer por meio do contato com animal silvestre (roedores) infectado, pessoa infectada com o vírus e materiais contaminados com o vírus.

Como é feito o tratamento contra a doença?

Andréa Beltrão – No momento não temos um tratamento específico para o vírus, temos somente medidas para aliviar os sintomas, que são febre, dor de cabeça e dor no corpo.

Alguém que descobre hoje que está com a doença, que ações deve tomar? Procurar um serviço médico de urgência? Se isolar? Como agir nesse caso?

Andréa Beltrão – Na suspeita da doença, deve procurar atendimento médico com objetivo de receber orientações quanto a medidas de isolamento, sinais de gravidade e necessidade de internação.

Como podemos nos prevenir? O uso de máscaras e o reforço com a higiene pessoal, como o uso de álcool em gel e lavar constantemente as mãos, ainda são ferramentas úteis na prevenção também contra esta doença?

Andréa Beltrão – O uso de máscara é importante para prevenir qualquer infecção de transmissão respiratória, assim como a lavagem constante das mãos ou uso de álcool em gel. Além desses cuidados, precisamos reforçar a necessidade de utilizar medidas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, pois a exposição próxima e prolongada, como o contato íntimo é uma forma de transmissão da doença.

Até o momento, o Pará já confirmou 22 casos da doença, mais de 10 só em Belém. Pode gerar uma emergência sanitária ou uma epidemia semelhante à da covid-19?

Andréa Beltrão – Acredito que não, mesmo que haja uma grande epidemia, os casos são muito mais leves.

Então, façam como a Dra. Andréa Beltrão disse, se previnam e se cuidem. Apesar de ser mais branda que a Covid-19, a Monkeypox ainda é uma doença grave e que necessita de bastante atenção e cuidado. Use máscaras, seja vigilante com a sua higiene pessoal e saúde.

E faça como a Dr. Amigo sempre recomenda: cuide da sua saúde, assim você também cuida e protege sua família e seus amigos.

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