Nós naturalmente vivemos em uma sociedade de excessos! Consumo em excesso, poluição em excesso etc. E hoje, com a pandemia da Covid-19, enfrentamos o excesso de informações, muitas delas contraditórias, o que, inevitavelmente, vem provocando em muitos de nós um estresse psicossocial. Ou seja, nossas mentes ficam extremamente agitadas com a quantidade de informações em excesso, relacionadas com o nosso dia a dia, seja no trabalho, no home office, no meio familiar, na escola, ao acessar a internet no celular, causando, emocionalmente, uma grande pressão e cobrança.
Essa quantidade de pensamentos favorece nas pessoas o vício em pensar, mas não no sentido de qualidade, e sim na quantidade exacerbada de informações, desencadeando a Síndrome do Pensamento Acelerado, a chamada Ansiedade. A pessoa ansiosa pode apresentar crises de nervosismo descontrolado, impaciência, medo excessivo, sofrimento por antecipação, por fatos ou situações que não estejam diretamente ligadas a ela.
Variando de pessoa para pessoa, os sintomas mais comuns da ansiedade são a fadiga excessiva, a dificuldade de lidar com frustrações, irritação fácil, déficit de atenção, dificuldade em manter o foco no trabalho, pensamento apenas no futuro, além de não se concentrar no presente e não saber lidar com perdas.
De acordo com o psicólogo e psicoterapeuta, Pâmela Russula (CRP 10/03360), a ansiedade pode ser desencadeada porque a pessoa passou por uma situação traumática, conflituosa com excesso de pressão e/ou cobrança ao ponto de não ter tido suporte emocional para administrar e reequilibrar suas emoções.
“As crises podem acontecer nos momentos em que a pessoa se sente pressionada, frustrada e não encontra meios de lidar com a situação, começando a ficar estressada gerando, assim, a ansiedade, que é vista, no contexto psicológico, como um processo psicossomático, ou seja, o psicológico somatiza no corpo. Desse modo, nós, psicólogos, vemos a ansiedade como se fosse uma febre, ou seja, um sintoma, daí nossa busca profissional por encontrar a causa, logo o que se torna cabível não é olhar para o “sintoma”, mas sim entender o que provocou esses sentimentos de insegurança, nervosismo no paciente, para encontrar meios de reconstruir a emoção”.
E no momento que vivemos hoje, em meio às pressões de uma pandemia que ainda não tem cura e nem tratamento 100% eficaz, com novos casos de infectados e mortos todos os dias, os profissionais de saúde estão ainda mais sensíveis e vulneráveis aos efeitos da ansiedade.
“É claro que pessoas que trabalham diretamente no atendimento aos doentes da Covid-19, ao mesmo tempo em que estão correndo um risco biológico, vivem o estresse físico, mental e emocional ao viver e presenciar situações desgastantes. Logo, os próprios profissionais da saúde que lidam com dores, doenças e problemas não podem esquecer de si mesmos, lembrando sempre do seu limite ao lidar com situações estressantes, reconhecendo o momento de descansar sua mente, para não desencadear a própria ansiedade”, ressalta Russula.
Para ajudar a aliviar um pouco os efeitos psicológicos da ansiedade do momento em que vivemos, a psicóloga e psicoterapeuta dá algumas dicas importantes, como:
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Diminuir a quantidade de informações sobre o assunto. Se mantenha apenas informado o suficiente, mas não exagere
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Viva o momento presente, deixe um pouco o celular de lado, converse com seus familiares e amigos. Tente se distrair e se divertir.
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Não faça várias coisas ao mesmo tempo. Faça uma atividade de cada vez, com calma e paciência, sem cobrança.
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Procure atividades prazerosas, como pintar, desenhar, ler, assistir filmes, cozinhar etc.
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Pratique exercícios físicos, ajuda a aliviar a tensão.
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Não foque em pensamentos negativos, independente da sua religião, medite, ore, procure ser otimista.
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E se, mesmo assim, sentir necessidade, procure um acompanhamento psicológico.
E não esqueça, a Dr. Amigo está sempre ao seu lado e, por mais difícil que possam ser esses tempos, tudo vai passar e vamos todos ficar bem! Respeite as recomendações de isolamento, lave sempre as mãos, use máscara se for sair de casa. Cuidando da sua saúde, você também cuida do bem-estar da sua família e amigos! Juntos somos mais fortes! #SIGASORRINDO