Olá, amigos!
Você sabe o que é odontofobia? E sabia que ela é um tipo de transtorno de ansiedade que afeta muitas pessoas das mais diversas idades? Para esclarecer dúvidas como essas e muitas outras, o nosso blog conversou com a psicóloga e neuropsicóloga Vanessa Sanches (CRP 06/68.088), que falou, inclusive, sobre como podemos ajudar uma pessoa que sofre com a odontofobia.
O que é a odontofobia? Ela está associada à ansiedade? De que formas?
Vanessa Sanches – Consideramos a odontofobia como um tipo de transtorno de ansiedade. Então, ela é classificada como um “transtorno de fobia específica”. Mas por que isso? Porque existe um objeto fóbico (o dentista, sangue, anestesia, medo da dor ou os aparelhos) ou uma situação (o ambiente, jaleco, sala, os equipamentos odontológicos expostos) que causam esse medo na pessoa.
Quais são as características gerais do quadro de odontofobia?
Vanessa Sanches – Nesse quadro, o medo e a ansiedade são intensos e acentuados. O grau de ansiedade varia muito de acordo com a proximidade do paciente com o seu objeto causador de medo. Há pacientes que têm episódios de odontofobia só de marcar uma consulta com seu dentista, apresentando sintomas de ansiedade.
Quais são as causas da odontofobia?
Vanessa Sanches – Às vezes, se o núcleo familiar em que o paciente vive for desarmônico, ele vai gerar ansiedade. Há também os fatores genéticos, se o paciente tiver uma mãe ou um pai que tenha ansiedade ou transtorno depressivo (a pessoa que tem ansiedade ou depressão, ela tem baixa produção de algumas substâncias químicas, como a dopamina, a serotonina, a adrenalina e a noradrenalina) sendo assim, a pessoa já nasceu com uma predisposição a desenvolver alguns transtornos, como depressão, ansiedade e a fobia.
Há ainda traumas ou lembranças negativas. A pessoa vai lembrar dessas experiências negativas e fazer associação, principalmente para quem tem odontofobia, que são pessoas com medo exacerbado. Há pensamentos irracionais, se fixando em coisas que não são reais. Pensamentos ruins geram sentimentos ruins e comportamentos ruins. A pessoa pode ainda evitar essas situações, o que gera problemas físicos de ansiedade, desgastes e prejuízos emocionais. Só o fato de ela marcar a consulta faz com que sofra até o dia em que chega à consulta, quando ela também terá um sofrimento e um desgaste.
E como a odontofobia afeta a saúde e o comportamento da pessoa?
Vanessa Sanches – Com sintomas físicos, psicológicos e emocionais.
Físico: Sintomas de ansiedade, como taquicardia, falta de ar, dor no peito, na barriga, no estômago, tremor nas mãos, voz trêmula.
Psicológicos: Transtornos psicológicos não vêm sozinhos, às vezes, quem tem odontofobia (o medo do dentista) pode ter outros tipos de fobias também. Ela pode sofrer até mesmo de ataques de pânico, por conta da ansiedade aumentar tanto que ela não vai dar conta. Ela pode ter depressão e até confusão mental.
Qual o perfil do paciente com odontofobia? São mais crianças, adultos ou não existe um perfil?
Vanessa Sanches – Hoje é comprovado que não existe idade, a odontofobia pode se manifestar em qualquer fase da vida. Logicamente, dependendo da idade, ela se manifestará de formas diferentes. Por exemplo, em uma criança, a reação de ansiedade pode se apresentar em forma de choro, fuga daquela situação; um adolescente vai ter as reações dele; já um adulto vai ter as reações que apresentei anteriormente, como taquicardia, pressão na cabeça, sintomas físicos e psicológicos da ansiedade. Perfil mesmo não há, a odontofobia pode se manifestar em qualquer idade.
Existe tratamento para odontofobia?
Vanessa Sanches – Com certeza, existe! Nós, psicólogos e neuropsicólogos, fazemos uma avaliação para entender a situação do paciente e saber se ele tem alguma comorbidade (no caso, se tem algum outro transtorno junto com a odontofobia), investigamos o histórico familiar do paciente, aplicando os testes que forem necessários para gente fechar o diagnóstico do caso. Se for comprovada a existência, encaminhamos para o médico, caso seja necessário o uso de alguma medicação. Aí, na parte psicológica, fazemos o uso das técnicas necessárias, eu, por exemplo, trabalho na linha cognitiva-comportamental. Nessa linha de trabalho, pensamos que um pensamento ruim gera um sentimento ruim, o que gera uma reação ruim do corpo. Então, se a gente conseguir mudar esses pensamentos e essas crenças ruins que a pessoa tem acerca de determinada coisa, como ir ao dentista, a gente consegue fazer com que ela vá se expondo aos poucos aos “objetos ruins e fóbicos” e conseguindo avanços.
Como um profissional odontólogo pode ajudar um paciente com odontofobia?
Vanessa Sanches – O papel dos dentistas é fazer com que, desde a sala de espera, seja um ambiente humanizado. Que aquela pessoa que está chegando para se consultar se sinta bem acima de tudo. É muito importante, também, que o profissional faça uma anamnese ampla. Se este profissional tiver todos esses dados, de que essa pessoa é ansiosa, de que ela tem odontofobia, por exemplo, se ele fizer uma anamnese certinha, logo na primeira consulta, ele saberá como lidar com isso. Depois, há técnicas de psicologia que o dentista pode colocar em prática durante o seu atendimento, por exemplo, tirar o foco da atenção do paciente dos objetos ruins (que causam ansiedade e medo nela), às vezes, usando músicas, fones de ouvido, uso de anestesia inalatória ao invés de usar agulhas. O importante é tirar o foco da atenção do problema da pessoa, tornar aquele ambiente tranquilo. O profissional precisa criar um vínculo com o paciente, ter proximidade e sensibilidade de explicar tudo para ele. Tudo que for feito, será conversado primeiro. Há ainda técnicas de relaxamento por respiração que baixam o ritmo cardíaco, a pressão e a ansiedade e que conseguem deixar o paciente mais tranquilo.
Quais os melhores tipos de tratamento e acompanhamento para pacientes ansiosos?
Vanessa Sanches – O paciente ansioso é a mesma coisa, precisamos lançar mão de técnicas cognitivas comportamentais. Já foi comprovado que é uma das linhas que traz mais rapidez ao tratamento. Logicamente, primeiro a pessoa será avaliada, em seguida, se for preciso, ela será encaminhada para um médico, que caso considere necessário, fará uso de medicação, que será aliada ao uso de terapia cognitiva comportamental, até mesmo envolvendo alguém da família, que vá junto com a pessoa ao consultório.
E Dra. Vanessa, o que o paciente pode fazer por ele mesmo, para se ajudar e superar esse medo tão grande?
Vanessa Sanches – Eis algumas dicas ajudar para você vencer o medo de dentista (Odontofobia):
- Converse com familiares ou amigos sobre indicações de profissionais, e escolha aquele que mais lhe passar confiança;
- Desde o momento do agendamento até sua primeira consulta, tire todas as suas dúvidas. Dessa forma, sabendo como serão todos os procedimentos, você ficará menos ansioso (a);
- Leve com você um amigo de alto astral e que seja da sua confiança, que te ajude a se distrair na sala de espera, tirando seu foco da “situação-problema”;
- Explique para o dentista na primeira consulta, seus medos e dificuldades para lidar com os procedimentos;
- Combine com o profissional, alguns sinais para quando sentir dor, desconforto ou sintomas ansiosos;
- Se possível, leve um fone para ouvir música ou até mesmo baixe aplicativos de relaxamento e faça exercícios de respiração antes de sair de casa e durante o procedimento;
- E depois, de todos esses passos, curta e comemore suas vitórias, caso ainda esteja sentindo sintomas incontroláveis, busque a ajuda de um psicólogo, para lhe avaliar e lhe auxiliar em seu tratamento.
E caso vocês tenham maiores dúvidas e perguntas sobre o assunto ou mesmo estejam em busca de acompanhamento psicológico, também de forma on-line, podem entrar em contato comigo por minhas redes sociais ou pelo whatsapp do meu consultório.
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Um grande abraço para todos e até mais!